Desafios e prioridades do setor Vinícola

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Conhecemos o Manifesto sobre o futuro do setor vitivinícola da UE de European Committee of Wine Companies (CEEV) e decidimos partilhar convosco informações interessantes e importantes.

A União Europeia sendo a maior vinícola do mundo, responsável por 64% da produção global de vinho, o que representa 70% do valor mundial.

É o maior exportador de vinho e, com 35% das vendas globais no seu território, também é o principal mercado consumidor.

Com um valor de mercado de 100 mil milhões de euros na UE, o setor vinícola é composto em 99% por micro, pequenas e médias empresas, que contribuem com 130 mil milhões de euros para o PIB da UE e tiveram um impacto fiscal positivo de 52 mil milhões de euros em 2022.

Além disso, o setor vinícola proporciona quase 3 milhões de empregos, desempenhando um papel fundamental na sustentabilidade socioeconômica das áreas rurais da UE.

As regiões vinícolas da UE fazem parte do património cultural, promovendo um profundo sentido de tradição e conexão com a terra. O setor está firmemente comprometido com a sustentabilidade e contribui ativamente para o desenvolvimento rural e a preservação do ambiente.


Portugal é um dos principais produtores de vinho da União Europeia, com uma longa tradição vinícola e uma diversidade única de castas autóctones.

A indústria vinícola portuguesa desempenha um papel crucial na economia nacional e na preservação das paisagens rurais.

Em 2022, Portugal produziu aproximadamente 6,7 milhões de hectolitros de vinho, consolidando-se como o 9º maior produtor mundial.

As principais regiões vinícolas incluem o Douro, Alentejo, Dão, Vinho Verde, Bairrada e Lisboa.

Portugal exporta cerca de 50% da sua produção de vinho.

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Em 2022, as exportações de vinho português atingiram cerca de 900 milhões de euros.
Os principais mercados de exportação são França, Estados Unidos, Reino Unido, Brasil e Alemanha.

O setor vinícola português emprega diretamente cerca de 200.000 pessoas, contribuindo significativamente para a economia rural.


Indiretamente, o setor apoia uma vasta rede de fornecedores, desde a produção de garrafas até ao turismo vinícola.

O consumo per capita de vinho em Portugal é um dos mais altos do mundo, com cerca de 50 litros por ano.

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Há uma tendência crescente de consumo de vinhos premium e de alta qualidade, tanto no mercado interno quanto no externo.

O setor vinícola em Portugal tem investido em práticas sustentáveis, como a viticultura biológica e biodinâmica, e na redução da pegada de carbono.


Iniciativas como a certificação de sustentabilidade “Wines of Portugal” visam promover práticas ambientais responsáveis e a preservação da biodiversidade.


Desafios do Setor Vinícola da UE

Incerteza no Comércio Mundial de Vinho: Devido ao declínio do consumo em mercados tradicionais, disputas geopolíticas e retaliações comerciais.
Declínio do Consumo de Vinho na UE: Especialmente em países produtores tradicionais.
Ambiente Regulatório Complexo: Legislações nacionais que dificultam o funcionamento do mercado único da UE.
Mudança nas Tendências de Consumo: Preferência dos jovens por vinhos brancos e espumantes, criando tensões de mercado.
Proliferação de Eventos Climáticos Negativos: Temperaturas elevadas e eventos climáticos extremos afetando colheitas e qualidade das uvas.
Demonização do Vinho na Política de Saúde: Movimento crescente de temperança contra bebidas alcoólicas.
Aumento dos Custos de Produção e Distribuição: Devido a preços elevados de vidro, energia, transporte e mão de obra.


Prioridades e Necessidades do Setor Vinícola da UE


Para enfrentar estes desafios e garantir a sustentabilidade a longo prazo do setor, a CEEV (Comité Européen des Entreprises Vins) identificou seis prioridades:

  • Competitividade das Empresas Vinícolas: Manter o Programa Nacional de Apoio ao Vinho com medidas adaptadas e reforçar o seu orçamento.
  • Adaptação às Expectativas dos Consumidores: Adaptar a produção e a apresentação de novos produtos vinícolas para melhor atender às demandas dos consumidores.
  • Sustentabilidade Ambiental: Apoiar medidas eficazes de mitigação e adaptação às mudanças climáticas e uma transição verde coordenada.
  • Reforçar o Mercado Único da UE: Garantir e reforçar o mercado único para vinho, simplificando a comercialização e facilitando o comércio eletrônico.
  • Estratégia de Comércio Ambiciosa: Manter uma estratégia comercial ativa para acessar novos mercados de vinho, implementando acordos de livre comércio existentes e combatendo barreiras técnicas ao comércio.
  • Política de Saúde Coordenada e Baseada em Ciência: Manter a diferenciação entre abuso de álcool e consumo moderado de vinho, com políticas proporcionais e baseadas em evidências científicas.

O futuro do setor vinícola da UE depende da capacidade de adaptação às novas expectativas dos consumidores e às mudanças climáticas, mantendo a rica tradição cultural do vinho.

A implementação destas prioridades garantirá um setor vinícola saudável, sustentável, competitivo e vibrante.