Localizada ao sul de Lisboa, a Península de Setúbal é uma das regiões vitivinícolas mais distintas e culturalmente ricas de Portugal.
Com uma paisagem que varia entre as planícies arenosas e a serra montanhosa da Arrábida, a região é renomada pelo seu Moscatel de Setúbal, um vinho generoso que tem capturado a admiração de entusiastas do vinho tanto a nível nacional quanto internacional.
O Moscatel de Setúbal, possui uma rica história de apreciação, tendo sido um favorito do rei Luís XIV da França. A tradição do “Torna-Viagem”, em que o vinho era envelhecido durante viagens marítimas, contribuiu para o desenvolvimento de um perfil mais suave e concentrado, altamente valorizado nos mercados internacionais.
A viticultura na Península de Setúbal é profundamente enraizada na história, com influências que remontam aos tempos dos Fenícios e dos Gregos.
A região foi significativamente desenvolvida pelos Romanos e mais tarde pelos Árabes. No século XIX, Setúbal abrigava a maior vinha contínua do mundo, uma tradição que ainda hoje é evidente nas extensas vinhas que cobrem cerca de 8000 hectares.
Sub-Regiões e Denominações de Origem em Portugal (DOP)
Setúbal DOP 20: Dedicada principalmente à produção dos famosos Moscatel de Setúbal e Moscatel Roxo, esta área é caracterizada pelos seus solos calcários e argilo-calcários que contribuem para a produção de vinhos generosos de alta qualidade.
Palmela DOP 21: Conhecida pela predominância da casta Castelão, Palmela produz vinhos tintos que são valorizados pela sua complexidade e profundidade. Esta sub-região tira partido dos solos arenosos e do clima quente para cultivar vinhos que expressam de maneira única o terroir local.
A região beneficia de um clima mediterrânico com verões quentes e secos e invernos amenos, embora chuvosos. A proximidade ao mar e a presença da Serra da Arrábida oferecem um microclima que permite o cultivo de uvas em condições ótimas, resultando em vinhos com características únicas. Os solos, por sua vez, são heterogéneos, variando de areias finas nas planícies até solos mais ricos em calcário nas áreas montanhosas.
As principais castas brancas incluem Fernão Pires e Arinto, além do Moscatel Graúdo, que é essencial na produção de vinhos generosos. Entre as tintas, destacam-se o Castelão e a Trincadeira.
A região é também conhecida por sua produção diversificada que inclui não apenas vinhos tranquilos, mas também frisantes, espumantes, rosados e licorosos.
A Península de Setúbal não é apenas uma região de notável produção vinícola, mas também um lugar de rica herança cultural.
Os vinhos desta região espelham a diversidade do terroir e da tradição vinícola, mantendo-se como símbolos de qualidade e tradição em Portugal. Com um enfoque continuado na qualidade e na inovação, a Península de Setúbal permanece no centro da viticultura portuguesa, produzindo alguns dos vinhos mais distintos e apreciados do país.