Portugal confirma a sua posição como um dos principais destinos turísticos da Europa, evidenciando um aumento significativo do interesse internacional e interno em 2025. A aposta na diversificação da oferta, como – enoturismo, contribui para fortalecer o setor e dinamizar a economia local.
Turismo em Portugal: Um Crescimento Sustentado
De acordo com dados recentes da SIBS Analytics relativos ao período da Páscoa de 2025, Portugal registou um crescimento de 32% no número de compras físicas em comparação com 2024.
As regiões do interior, como Viseu, Bragança e Castelo Branco, registaram subidas expressivas no fluxo de visitantes, refletindo uma tendência de valorização do turismo rural e cultural.
Entre os principais mercados emissores, destacam-se Espanha (34%), França (19%) e Itália (7%), confirmando a relevância da proximidade geográfica e das ligações históricas e culturais.
A nível interno, muitos portugueses optaram por viajar mais de 50 km a partir das suas residências habituais, privilegiando destinos menos saturados e com forte identidade regional.
A Ascensão do Enoturismo
O vinho, produto emblemático da cultura portuguesa, assume um papel central na estratégia de atração turística. Segundo o Instituto da Vinha e do Vinho (IVV), o enoturismo registou nos últimos anos um aumento constante de visitantes, atraídos pela autenticidade das experiências e pela excelência dos vinhos nacionais.
Regiões como o Douro, Alentejo, Dão e Bairrada são hoje reconhecidas internacionalmente não apenas pelos seus vinhos, mas também pela qualidade das suas ofertas turísticas, que combinam visitas a quintas e adegas, provas comentadas e percursos pelas vinhas.
Este tipo de turismo valoriza práticas sustentáveis e favorece a fixação de população em áreas rurais, sendo considerado um dos vetores estratégicos para o desenvolvimento equilibrado do território.
Perspetivas para 2025
As previsões apontam para uma continuação da trajetória de crescimento, com o enoturismo a consolidar-se como segmento diferenciador na promoção de Portugal no exterior. Iniciativas como as Rotas dos Vinhos e os investimentos em enoturismo de luxo, com hotéis boutique em propriedades vinícolas, prometem elevar ainda mais a fasquia da oferta.
Além disso, eventos de renome internacional, como feiras de vinhos e festivais gastronómicos, estão a posicionar Portugal como destino de eleição para os amantes de vinho e cultura.
O vinho português, símbolo de tradição, história e excelência, desempenha hoje um papel fundamental na promoção do país a nível internacional.
A riqueza da vitivinicultura portuguesa reflete-se em vinhos de renome que se tornaram verdadeiros embaixadores da identidade nacional. Entre os mais prestigiados destaca-se o Barca Velha, do Douro, considerado por muitos como o melhor vinho tinto português e símbolo de rigor e qualidade desde a sua primeira edição em 1952.
Igualmente célebre é o Pêra-Manca, produzido pela Fundação Eugénio de Almeida em Évora, no Alentejo, um vinho raro que honra a tradição e a excelência alentejana.
O icónico Vinha Velha, produzido na Quinta do Crasto, também no Douro, é outro exemplo de mestria enológica, assim como o Quinta do Vale Meão, cuja história se entrelaça com a criação do próprio Barca Velha.
No Alentejo, o Mouchão mantém a tradição de vinhos estruturados e elegantes, enquanto na Bairrada o Quinta das Bágeiras se destaca pela autenticidade dos seus vinhos de terroir.
Em Lisboa, o Quinta de Pancas continua a impressionar com tintos complexos e cheios de carácter, e nos Vinhos Verdes, rótulos como o Soalheiro Alvarinho e o Anselmo Mendes projetam internacionalmente a frescura e a singularidade do Minho.
Não se pode esquecer ainda o famoso Vinho do Porto, ícone absoluto da viticultura portuguesa, com marcas lendárias como Graham’s, Taylor’s e Fonseca, nem o histórico Madeira Wine, com casas tradicionais como Blandy’s e Henriques & Henriques.
O sucesso do turismo em Portugal, e particularmente do enoturismo, repousa, portanto, na conjugação entre um património vitivinícola inestimável e uma oferta de experiências autênticas, enraizadas no saber fazer e na hospitalidade.
Como bem diz o velho provérbio: “Vinho e amigos, quanto mais velhos, melhores.”
Com uma estratégia sólida de valorização dos produtos endógenos e promoção da autenticidade regional, Portugal está preparado para continuar a afirmar-se como um dos grandes destinos mundiais para quem procura história, cultura e, claro, vinhos de excelência.