O consumo moderado de vinho tem sido objeto de muitos estudos científicos ao longo das últimas décadas.
Recentes investigações analisam se o hábito de beber vinho está associado a uma maior esperança de vida e que impacto pode ter na saúde cardiovascular e oncológica.
A resposta, embora não definitiva, aponta para benefícios em contextos muito específicos.
Vinho e mais anos de vida?
Um estudo publicado em 2022 na revista Scientific Reports analisou uma vasta coorte e concluiu que homens que consumiam álcool de forma moderada (sem fumar) apresentavam uma esperança de vida quase quatro anos superior à dos abstémios. Já o consumo excessivo de álcool revelou-se prejudicial, com uma redução significativa na esperança de vida.
Benefícios cardiovasculares?
Outra investigação, publicada em fevereiro de 2025 na revista Nutrients, revelou que o consumo moderado de vinho branco ou espumante pode reduzir o risco de paragem cardíaca súbita em cerca de 30%.
Ainda assim, os autores alertam que os benefícios só se aplicam a quantidades reduzidas e em perfis de saúde controlados.
Vinho e cancro da próstata
No campo oncológico, os dados são mais ambíguos. Um estudo da Journal of Clinical Oncology avaliou a relação entre o consumo de álcool e o risco de cancro da próstata letal.
Embora não tenha sido encontrada uma associação significativa entre vinho e mortalidade, alguns subgrupos mostraram possíveis efeitos protetores, nomeadamente em fases menos avançadas da doença.
O papel do resveratro
Grande parte do interesse no vinho, especialmente o tinto, deve-se ao composto resveratrol, presente nas cascas das uvas tintas.
Este antioxidante tem sido estudado pelos seus potenciais efeitos anti-inflamatórios, anticancerígenos e reguladores hormonais.
No entanto, a sua biodisponibilidade no organismo humano é limitada, e os efeitos observados em laboratório nem sempre se replicam em humanos.
A ciência sugere que moderação é a palavra-chave. Beber vinho em pequenas quantidades, sobretudo em contexto alimentar e em indivíduos saudáveis, pode ter efeitos benéficos.
No entanto, os riscos do consumo excessivo são claros e incluem doenças hepáticas, certos tipos de cancro e dependência.
Como diz o provérbio: “Nem tanto ao mar, nem tanto à terra.”
Beber com equilíbrio continua a ser a melhor forma de brindar à saúde.