No passado domingo, 5 de outubro, visitámos o Winefest Condeixa 2025, realizado no histórico Conímbriga Hotel do Paço.
Mais precisamente, nos jardins do hotel, onde este acolhedor festival decorreu ao ar livre, sob um sol agradável e um ambiente animado.
Conheci o Winefest Condeixa em 2024 e, desde então, guardo as melhores recordações.
A dimensão ideal para uma prova de vinhos com tranquilidade
Tendo já participado em mais de vinte festivais e feiras de vinho de diferentes formatos e dimensões — desde as vindimas tradicionais e cheias de alma até aos grandes eventos em que é impossível ver todas as bancas — cheguei à conclusão de qual é o formato mais confortável.
Para mim, é uma festa de pequena dimensão, com 20 a 30 produtores, num espaço elegante, sem grande afluência de público. Assim pode-se provar vinhos sem filas, conversar com os enólogos e aproveitar o tempo com tranquilidade, desfrutando de bons vinhos e de uma atmosfera agradável, sem pressa nem confusão.
O Winefest Condeixa tem exatamente esse formato: um lugar bonito e acolhedor, uma seleção interessante de produtores e um número equilibrado de visitantes.
Há tempo para falar com os vinicultores, provar vinhos diferentes e, como sempre, descobrir algo novo. Além disso, é possível comprar de imediato os vinhos que mais agradam — o que, naturalmente, fiz.
Voltei para casa com uma caixa de excelente espumante, algumas garrafas de tinto equilibrado e elegante, e uma colheita tardia de estilo muito agradável.
A atmosfera do evento era animada, com música de DJ — enérgica, mas discreta — e boa comida, perfeita para acompanhar as provas.
Como em muitas festas vínicas, o público era variado: visitantes de todas as idades, tal como os próprios produtores.
É sempre um prazer observar essa mistura de gerações — um casal sénior a provar o vinho servido por uma jovem enóloga, ou um grupo de jovens a ouvir atentamente um produtor experiente a explicar as particularidades dos seus vinhos.
Há nisso algo que lembra o ciclo natural da vida: o novo surge, mas as tradições mantêm-se.
O preço justo do vinho: uma reflexão necessária
Mais uma vez, no Winefest Condeixa, falámos sobre os preços do vinho e sobre o facto de que os produtores portugueses deveriam receber um retorno mais justo pelo seu trabalho exigente e de risco.
Se um produtor ganha apenas 1 euro por garrafa, só conseguirá algum lucro vendendo grandes quantidades. Mas, na realidade, são os pequenos produtores que, na minha opinião, fazem os vinhos mais interessantes e de maior qualidade.
E pergunto: como é possível gerir um negócio produzindo cerca de 20 000 garrafas por ano e tendo um lucro anual de apenas 20 000 euros?
O vinho é um negócio agrícola — sujeito a riscos climáticos, custos com fertilizantes, tratamentos contra pragas e doenças, manutenção de equipamentos e muito mais.
Por isso, vale a pena refletir: quando procura o vinho mais barato no supermercado, pense em como o produtor poderá sobreviver sem lucro. Afinal, nenhum de nós aceitaria trabalhar por um salário injusto.
Ao comprar vinho a um preço justo, apoia os produtores e contribui para que em Portugal continuem a existir vinhos de qualidade para todos os gostos e preferências.
Quanto aos preços dos vinhos apresentados no Winefest Condeixa 2025, variavam entre 4 e 40 euros por garrafa. Na minha opinião, um vinho português não deveria custar menos de 7 euros — esse deve ser o limite mínimo para que o negócio seja sustentável para todos.
Durante as conversas com os produtores, voltou a surgir o tema dos preços inflacionados nos restaurantes, onde um vinho comprado por 5 euros é vendido por 15.
É uma realidade que demonstra uma distribuição desigual do lucro. No entanto, as vendas continuam a ser o motor do comércio, e é delas que depende a rentabilidade do setor.
Apoiar o vinho português é valorizar a nossa cultura
Festivais como o Winefest Condeixa desempenham, neste sentido, um papel essencial: ajudam a promover os vinhos, aproximam o público dos produtores, criam novas conexões e inspiram curiosidade.
No fim, ganham todos — os organizadores, os visitantes e os enólogos — não apenas em termos económicos, mas também em satisfação, conhecimento e qualidade de vida.
Viachaslau