Guarda Wine Fest: A harmonia entre Vinhos e Gastronomia

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No sábado, dia 13 de julho, visitámos o Guarda Wine Fest, que decorreu na cidade da Guarda.


A cidade da Guarda é uma das mais antigas e históricas cidades de Portugal, localizada na região Centro, especificamente na sub-região da Beira Interior Norte. É a cidade mais alta de Portugal, situada a uma altitude de aproximadamente 1.056 metros.

A Guarda foi fundada em 1199 pelo rei D. Sancho I, com o objetivo de proteger o território recém-conquistado dos ataques mouros e leoneses. A cidade possui um rico património histórico e cultural, com muitos monumentos e edifícios antigos que testemunham a sua importância ao longo dos séculos.

A Guarda, com a sua combinação de história, cultura e beleza natural, oferece uma experiência única para os visitantes e é um importante centro de cultura e tradição na região Centro de Portugal.


Os organizadores desta celebração dos vinhos portugueses escolheram um local de excelência – o espaço Alameda Santo André, um local acolhedor junto ao parque e à fonte.

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Destaco a excelente organização do evento – desde o design elegante das áreas expositivas dos produtores de vinho ao dispositivo de humidificação, que acrescentou significativamente conforto aos participantes e visitantes da exposição.

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Pagámos 4 euros por um copo de prova de vinhos, repare que o copo tem uma gravação da marca com o nome do evento.

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E fomos conhecer os produtores de vinho portugueses, que eram mais de trinta.

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É interessante notar que, embora os produtores de vinho sejam concorrentes diretos, não notámos qualquer indício de relações frias. Pelo contrário, aproximavam-se dos stands vizinhos com vinho, conversavam, provavam o vinho e partilhavam as suas impressões.

Aliás, podemos notar um ponto em que todos os produtores são unânimes – todos os vinhos portugueses são um produto bom e de elevada qualidade.

Pela nossa parte, queremos confirmar esta tese.

Havia uma grande variedade de vinhos – branco, tinto, rosé e, claro, espumante. O que torna tais eventos valiosos para os amantes do vinho é a oportunidade de experimentar vinhos que não são vendidos em supermercados e lojas normais.

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São geralmente vinhos de pequenas adegas que não produzem um volume de vinho muito grande, mas apresentam características de sabor e tonalidades muito interessantes. Normalmente, os vinhos destes produtores esgotam-se rapidamente.

É como comparar uma caneca feita numa linha de montagem com uma caneca feita à mão por uma pessoa. Há sempre algum tipo de charme e atratividade nas coisas que não são feitas por uma máquina, mas por uma pessoa.

Havia muitos visitantes, as pessoas vinham com famílias inteiras e no mesmo local havia cafés móveis onde se podia pedir algo para comer. Existem também mesas e bancos confortáveis.

O que distingue este evento dos anteriores, que já visitámos, em Coimbra e na Figueira da Foz, é o local – “Conversas sobre Vinho” onde estava o sommelier Manuel Moreira.

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Aqui estão alguns destaques do seu discurso:

 “ E está preparado aqui para estes eventos onde verdadeiramente desfrutar o vinho. 

Aqui temos espumantes que funcionam muito bem com presunto. E temos vinhos brancos que têm este lado também.

E a ideia também é mostrar um vinho que tenha alguma fruta, tenha acidez, tenha… Tenho que depois recorrer às notas porque… Estava a prestar atenção ao presunto.

Mas sobretudo tem um amargozinho muito agradável. Tem um cítrico que… Equilibra um bocadinho a gordura.

O vinho tem corpo para acompanhar a gordura. Depois tem final. Aquela notinha também meio fumada que o presunto tem.

Estas são algumas balizas que podem usar para este tipo de produtos que muito ricos, com texturas mais untuosas.

Para acompanhar o presunto devemos ter vinhos também com um bocadinho mais de corpo.

Não pesados, mas aqueles vinhos mais leves, mais simples, e mais suaves de sabor.

Agora, eu acredito que haja aqui um desafio um bocadinho maior com o presunto e o vinho tinto, porque temos aqui um bocadinho mais salgado, temos alguma fibra, apesar de ela ser cremosa, eventualmente pode dar aqui um bocadinho mais de desafio.

Mas vou deixar a palavra a vocês porque senão vão dizer que sim ou que não daquilo que eu disser. Provar com esta parte mais longe da gordura, aquela gordura branca, deve ser só mais adocicada, não é?

Esta é uma parte mais fibrosa, aliás, o presunto, a perna do presunto é muito distinta entre as várias partes da perna.  Seja, há secções dentro da perna que têm consistência e sabores completamente diferentes, vocês também têm feito esse trabalho e com o vinho, ou seja, isso tem alterações com o vinho.

Isso é giro porque há pouco tempo eu estava a fazer parte, como vocês estão aqui, de provas de presuntos e vinho com alguns especialistas portugueses e alguns espanhóis. É interessante que diversas partes têm sabores e consistências completamente diferentes.

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… O queijo deixa realmente esta sensação de vinho mais rica, mas primeiro o grande inimigo para o queijo são os taninos. São os taninos do vinho tinto que dão aquela… A distringência que nos faz ficar com a gengiva seca. Então a ideia é que precisamos ter taninos para dar estrutura ao vinho.

Mas precisamos que eles não sejam agressivos. Isso é muito importante. Se o queijo ou o presunto têm sensações bastante ricas, o importante é também que o vinho tenha algum sabor de acabamento.

Então o vinho faz esse equilíbrio com o queijo.

Aproveitando o facto de ter aqui pão, fica aqui uma dica: quando às vezes sentirem que um determinado queijo, por exemplo, um queijo Serra da Estrela velho que tem aquele picante mais marcado, vocês podem ajudar o vinho com um bocadinho de pão. O pão pode atenuar um bocadinho o sabor do queijo. Faz aquela sensação vinho será mais picante e mais intensa aproximar-se através do pão. Ser uma espécie de mediador. A que o vinho fique mais integrado com o queijo…”

De um modo geral, concordamos que existe um grande número de vinhos e, tal como um grande número de pratos gastronómicos, na nossa opinião, podem ser combinados em quaisquer variações, o principal é que sejam apreciados e apreciados por quem os consome.

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Como dizia o antigo filósofo Plínio:  “O melhor vinho é aquele que agrada a quem o bebe”.

Todas as pessoas são diferentes, cada um de nós tem os seus pratos preferidos, e esperamos que tenhamos também os nossos vinhos preferidos, dos quais existe uma grande variedade em Portugal.

Estes festivais de vinho ajudam a aprender algo novo sobre o vinho, a experimentar novos vinhos e a acrescentar mais prazer à sua vida.

Vemo-nos em novos eventos!