Vinhos com IG: Tudo o que precisa saber sobre a Nova Regulação

Os vinhos portugueses são reconhecidos mundialmente pela sua qualidade e autenticidade. Recentemente, o Instituto da Vinha e do Vinho (IVV) atualizou as diretrizes para a produção de vinhos com IG, permitindo a incorporação de até 15% de uvas de outras regiões de Portugal.

Esta mudança visa equilibrar a flexibilidade de produção com a preservação da identidade regional dos vinhos IG, sem comprometer a qualidade que os consumidores esperam.


O Que é a Indicação Geográfica (IG) nos Vinhos?


A Indicação Geográfica é uma certificação de qualidade atribuída a produtos, incluindo vinhos, cujas características estão intrinsecamente ligadas à sua origem geográfica.

A classificação IG (Indicação Geográfica) é menos restritiva que a DOP/DOC, permitindo uma maior flexibilidade no tipo de uva e nas técnicas de produção.


Nova Regra para a incorporação de Uvas Externas


Segundo a Nota Informativa N.º 13/2024, emitida pelo IVV, a nova regulamentação permite a utilização de até 15% de uvas provenientes de outras regiões portuguesas nos vinhos com IG. No entanto, existem requisitos rigorosos:

Origem das Uvas: Pelo menos 85% das uvas devem provir da região indicada na IG.


Limite de Incorporação: Apenas até 15% das uvas podem ser de outras regiões portuguesas, reforçando que a identidade regional seja mantida.


Apenas Uvas, Não Vinhos ou Mostos: Apenas uvas podem ser adicionadas para cumprir os 15%, mantendo a integridade do perfil de sabor.

Exemplos práticos de como a nova Regra beneficia os Produtores


Um produtor de vinhos no Alentejo pode adicionar até 15% de uvas de outras regiões portuguesas, como Beira Interior, caso tenha uma colheita insuficiente devido a condições climáticas adversas. Isso permite manter a produção de vinho com IG Alentejo sem comprometer a qualidade.

Douro: Em um ano de baixa colheita no Douro, um produtor pode usar 15% de uvas de outras regiões portuguesas, assegurando a oferta do seu vinho com IG Douro. No entanto, essa adição não pode incluir mostos ou vinhos prontos, garantindo que o perfil do vinho continue sendo representativo do Douro.


Esses exemplos destacam como a flexibilidade de 15% ajuda os produtores a adaptar-se às necessidades de cada safra, mantendo a qualidade e o selo IG.

Benefícios e Implicações da Nova Regulação de 15% de Uvas Externas


Preservação da Identidade Regional: Com o limite de 15% de uvas externas, a regulamentação reforça que a maioria das uvas provém da região demarcada, mantendo a tipicidade de cada vinho com IG.

Qualidade Garantida: A restrição de que apenas uvas, e não vinhos ou mostos, podem ser incorporadas ao vinho com IG assegura que o perfil sensorial do vinho permaneça fiel à sua origem.

Valorização do Vinho Português: Com a regulamentação da UE adaptada às necessidades locais, o vinho português com IG ganha uma garantia de qualidade reconhecida que facilita a sua valorização no mercado internacional.

Conclusão

Como diz o provérbio português, “A vida é curta demais para beber vinho ruim.”

Com essas novas diretrizes, Portugal fortalece o compromisso com a qualidade, autenticidade e diversidade do seu vinho, oferecendo aos consumidores a confiança de que cada garrafa com IG traz o melhor da região onde foi cultivada.