O comércio internacional de vinhos e mostos portugueses registou em outubro de 2025 uma performance notável face ao mês anterior. As exportações subiram 19,6%, atingindo os 104,5 milhões de euros, enquanto as importações também cresceram 13,1%, para 13,6 milhões de euros.
No entanto, apesar deste impulso mensal, o panorama anual revela sinais de alerta: comparando com outubro de 2024, as exportações caíram 4,1% (menos 4,5 milhões de euros), ao passo que as importações aumentaram 13,2% (mais 1,6 milhões de euros).
Estes dados foram divulgados pelo Gabinete de Planeamento, Políticas e Administração Geral (GPP), entidade do Ministério da Agricultura responsável pela monitorização estatística do setor agroalimentar.
Comércio acumulado em 2025: saldo comercial ainda robusto, mas em queda
Analisando o período de janeiro a outubro de 2025, a tendência é de ligeira desaceleração nas exportações, com uma queda de 0,7% face ao mesmo período de 2024 — uma diferença de 5,2 milhões de euros. Ainda assim, o total exportado nesse intervalo foi 799,9 milhões de euros.
Por outro lado, as importações subiram 4,3%, com um acréscimo de 5,4 milhões de euros, totalizando 128,6 milhões de euros no acumulado de 2025. Este crescimento, embora modesto, reflete uma crescente procura interna por vinhos estrangeiros.
Contudo, este movimento conjunto resultou num recuo do saldo da balança comercial de vinhos e mostos: passou de 682 milhões de euros em 2024 para 671 milhões de euros em 2025, uma diminuição de 11 milhões de euros.
Importações em queda no longo prazo
Um dado interessante surge da comparação de três anos consecutivos: entre janeiro e outubro de 2023, Portugal importou 168,7 milhões de euros em vinhos e mostos. Esse valor caiu para 123,3 milhões em 2024 e agora subiu ligeiramente para 128,6 milhões em 2025. Apesar do aumento recente, trata-se de uma quebra acentuada de 26,9% em dois anos. O consumo de vinho estrangeiro parece, assim, estar mais popular.
Apesar de uma ligeira quebra nas exportações acumuladas em 2025, os dados de outubro revelam um setor ainda resiliente e competitivo. A balança comercial continua fortemente positiva, sustentando o peso económico e cultural do vinho em Portugal.
Como se diz por cá, “Em casa onde não há pão, todos ralham e ninguém tem razão”, mas no caso do vinho, Portugal continua a produzir muito e bem.
