O Largo de Santa Isabel, em Travanca, Cinfães, será palco da 2.ª edição da Feira do Vinho Doce, nos dias 25 e 26 de outubro de 2025. Este evento, promovido pelo Centro Social e Paroquial de Travanca, tem como objetivo valorizar as tradições locais e os produtos típicos da região, reunindo a comunidade num ambiente de festa e partilha.
A iniciativa promete dois dias repletos de animação, com barraquinhas de produtores locais, petiscos tradicionais e música ao vivo, recriando o espírito das antigas feiras de aldeia. Além do convívio e da celebração da colheita, o evento destaca-se pela promoção do vinho doce, produto emblemático do concelho de Cinfães, inserido na zona do Douro Verde, onde a viticultura de pequena escala mantém viva a identidade rural.
Mais do que uma mostra gastronómica, a Feira do Vinho Doce é também um encontro cultural que preserva saberes e sabores antigos, representando um testemunho da ligação entre as gentes de Travanca e a vinha, o vinho e a mesa portuguesa.
O Vinho Doce: Tradição e Sabor da Vindima
O vinho doce é uma das bebidas mais emblemáticas das festas rurais de outono, especialmente nas aldeias do Douro Verde e do norte de Portugal. Tradicionalmente produzido de forma artesanal logo após a vindima, resulta de um mosto parcialmente fermentado, no qual o açúcar natural da uva não chega a transformar-se totalmente em álcool, originando um vinho de baixo teor alcoólico, textura densa e sabor naturalmente adocicado.
Em muitas aldeias, o vinho doce é o primeiro sinal da nova colheita, servido ainda turvo e fresco, acompanhado por castanhas assadas, broa e enchidos. É também uma bebida de forte valor simbólico, associada à partilha e à celebração comunitária das vindimas.
Embora o processo de produção varie entre localidades, mantém-se a essência: uvas colhidas no ponto máximo de maturação e fermentação controlada em pequenos lagares ou cubas familiares. Este vinho, simples mas autêntico, representa o espírito do campo e a continuidade de uma tradição que une gerações, preservando o sabor original das uvas e o ritmo natural da vida rural.
Douro Verde: Entre o Minho e o Douro
A zona do Douro Verde localiza-se entre o vale do Tâmega e o rio Douro, abrangendo concelhos como Cinfães, Baião, Resende, Marco de Canaveses, Amarante, Celorico de Basto e Cabeceiras de Basto. Esta área, situada na transição entre o clima atlântico e o clima do interior, apresenta paisagens marcadas por vales férteis, encostas em socalcos e uma vegetação exuberante que lhe dá o nome.
Apesar de não constituir uma região demarcada oficial, o Douro Verde é reconhecido como uma sub-região cultural e turística, onde se produz vinho de qualidade e se preservam tradições agrícolas ancestrais. As castas Avesso, Arinto, Loureiro e Vinhão são algumas das mais características, originando vinhos leves, aromáticos e de acidez equilibrada, muito apreciados no norte do país.
A região destaca-se ainda pelo seu património rural e arquitetónico — solares, igrejas e mosteiros medievais — e pelo turismo de natureza. O Douro Verde representa, assim, um território de identidade própria, onde a viticultura familiar e o enoturismo se unem num cenário autêntico e profundamente ligado à terra.
Outros eventos vínicos no Norte podem ser consultados em bebida.pt
Data e hora: 25/10/2025 - 26/10/2025
Lugar: Largo de Santa Isabel, em Travanca, Cinfães
Preço: Entrada livre