Continuo a partilhar convosco as minhas impressões sobre os vinhos que tenho pessoalmente provado. Desta vez, o agradável companheiro no jantar foi o vinho branco Imperatriz Carlota 2021 Fernão Pires, da região vitivinícola de Lisboa.
A região vitivinícola de Lisboa, conhecida pela sua diversidade de microclimas e solo, oferece condições excecionais para a produção de vinhos de alta qualidade.
Com vinhas que se estendem desde a costa atlântica até às zonas mais interiores, a influência marítima e as temperaturas amenas permitem a criação de vinhos frescos e aromáticos.
O Fernão Pires, uma das castas brancas mais tradicionais e apreciadas em Portugal, distingue-se pelo seu aroma floral e frutado, com notas cítricas e de fruta tropical, oferecendo vinhos de grande frescura e leveza.
Minha opinhão – Este vinho específico apresenta uma cor solarenga e atraente, com um aroma frutado marcante.
É fresco e leve, a ponto de o teor alcoólico quase passar despercebido.
No paladar, revela-se com suaves notas amadeiradas, uma acidez equilibrada e um retrogosto delicado. Trata-se de um vinho interessante que acompanhou na perfeição um prato de arroz cozido e peixe frito.
Como podem ver, está confirmado quase tudo o que está escrito no rótulo do vinho na descrição do sabor e da cor.
Sempre que abro uma nova garrafa de vinho português, fico curioso: que sabor terá desta vez?
No caso do Imperatriz Carlota 2021, foi uma escolha deliberada. Comprei uma caixa deste vinho surpreendente no Festival do Vinho em Bombarral por um preço bastante acessível — cada garrafa custou apenas 3 euros.
Por curiosidade, visitei o site do produtor e constatei que um vinho semelhante, o Carlota a Imperatriz Sauvignon Blanc 2021 (0,75 cl), é vendido a 6 euros por garrafa.
A casta Sauvignon Blanc, de origem francesa, é conhecida pelo seu caráter vibrante e expressivo, com aromas herbáceos e notas de frutas verdes, como maçã e limão. Estes vinhos são geralmente frescos, com boa acidez, e o Sauvignon Blanc do produtor segue essa mesma linha.
Isto fez-me recordar uma conferência recente onde se discutiu como os vinhos portugueses são vendidos a preços surpreendentemente baixos, apesar da sua elevada qualidade.
Vem-me à mente uma comparação com o mundo automóvel. No final do século XX, a Toyota conquistou no mercado norte-americano a reputação de fabricar carros bons, fiáveis, mas acessíveis.
Como resposta, os estrategas de marketing decidiram lançar a marca premium Lexus, abrindo caminho para o segmento dos automóveis de luxo, com margens de lucro mais elevadas.
Talvez algo semelhante podería vir a acontecer com o vinho português, pois há uma verdade universal: um bom produto deve ter um preço correspondente.
E o vinho português é, sem dúvida, um produto de excelente qualidade.
Viachaslau