Durante a nossa visita ao Museu do Vinho de Alcobaça, mergulhamos numa fascinante jornada pela história vitivinícola portuguesa. Este museu, situado em Alcobaça, nasceu no final do século XIX, quando o renomado vitivinicultor José Eduardo Raposo de Magalhães fundou a Adega do Olival Fechado.
Esta adega, moderna para a sua época e equipada com a tecnologia mais avançada do tempo, deu origem, no século XX, a um Museu Nacional do Vinho.
A adega, posteriormente vendida pelos herdeiros de José Eduardo Raposo de Magalhães ao Estado português, foi transformada pela J.N.V. num armazém nacional. A J.N.V. trouxe industrialização, introduzindo maquinaria de diversos países europeus e aumentando a capacidade de armazenamento com enormes pipas de madeira.
Nessa época, o espaço da adega foi convertido em depósitos industriais verticais para vinhos brancos e tintos, seguindo o modelo de Abel Pereira da Fonseca.
José Albus de Paixão Marques, um visionário, delegado da então Junta Nacional do Vinho (J.N.V.), teve a ideia de criar o Museu Nacional do Vinho.
Ele percorreu o país, recolhendo objetos dos vários armazéns da J.N.V., trazendo-os para Alcobaça e estabelecendo a fundação do museu
A nossa visita começou com uma explicação detalhada sobre como fizeram uma entrada alta e confortável, o que foi uma inovação para a época, tornando a adega mais funcional.
Além disso, a engenharia da época permitiu a instalação de pias de água corrente com azulejo em todos os locais de trabalho, facilitando a limpeza tanto dos espaços quanto dos funcionários, que tinham de lavar as mãos para prevenir a contaminação por pragas como a filoxera.
Desde a década de 60, foi reunido um conjunto de coleções de grande valor histórico e patrimonial, resultado do encerramento de alguns dos armazéns da J.N.V., culminando no maior e mais completo museu do vinho nacional.
O espólio do museu inclui um importante acervo de mais de 10.000 peças móveis, de tipologias diversas, como enologia, etnologia, tecnologia tradicional, arqueologia industrial, e artes gráficas, plásticas e decorativas.
O acervo museológico é o mais completo do país na temática vitivinícola, abrangendo aspetos da cultura material do vinho de inestimável valor histórico, científico, industrial e etnográfico, que vão desde o século XVII até ao advento do século XXI.
O acervo do museu, que inclui peças de cerâmica e olaria, destaca a rica herança cultural da região.
Após um período de encerramento, o museu foi reaberto em 2013 pela Câmara Municipal de Alcobaça em colaboração com a Adega Cooperativa.
Hoje, continua a ser um importante guardião da história vitivinícola portuguesa.
Recomendamos a visita a este maravilhoso museu onde poderá conhecer a tradição centenária da produção de vinho em Portugal.