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Vinhos Brancos de Portugal: História e perfis das castas

Portugal, conhecido pela sua diversidade vitivinícola, é um país onde as castas brancas desempenham um papel fundamental na produção de vinhos de alta qualidade.

Representando cerca de 38% da área vitícola nacional, as castas brancas portuguesas são cultivadas em várias regiões, cada uma oferecendo condições únicas que influenciam as características das uvas.

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Vamos explorar as castas brancas mais emblemáticas de Portugal, suas origens, características distintivas e as regiões onde prosperam.


Fernão-Pires

Fernão-Pires é uma das castas brancas mais plantadas em Portugal, ocupando cerca de 8% da área vitícola nacional. Esta casta se estende por todo o país, com maior protagonismo nas regiões do Tejo, Lisboa e Bairrada.

A sua elevada produtividade, versatilidade, precocidade e riqueza em compostos aromáticos explicam a sua popularidade.

Fernão-Pires é uma casta muito plástica, utilizada tanto em vinhos monovarietais quanto em lotes, sendo também adequada para espumantização e colheita tardia para vinhos doces. Os vinhos produzidos com esta casta são geralmente para consumo jovem. Sensível às geadas, Fernão-Pires prefere solos férteis em climas temperados ou quentes.

Aromas típicos: lima, limão, rosas, tangerina, flor de laranjeira.


Arinto (Pedernã)

Arinto é uma casta versátil, presente na maioria das regiões vitícolas portuguesas, sendo conhecida como Pedernã na região dos Vinhos Verdes. Representa cerca de 4% da área vitícola nacional. Esta casta é reconhecida por proporcionar vinhos vibrantes, com acidez viva e refrescante, e uma forte pendência mineral, além de elevado potencial de guarda.

A acidez firme é o principal cartão-de-visita da casta Arinto, garantindo-lhe o título de casta “melhorante” em muitas regiões portuguesas. Embora em Bucelas a casta atinja seu ápice, é no Alentejo e Ribatejo que sua presença é mais valorizada, pelo aporte de acidez, tão indispensável e difícil de obter nessas regiões. Apresenta cachos de tamanho médio, compactos e com bagos pequenos.

É frequentemente utilizada na produção de vinhos de lote e também de vinhos espumantes.

Aromas típicos: maçã verde, limão, lima.


Loureiro

A casta Loureiro, embora amplamente disseminada pela região do Vinho Verde, aparenta ser originária do vale do rio Lima, onde atinge sua máxima expressão. Representa aproximadamente 4% da área vitícola nacional. Loureiro é uma variedade muito fértil e produtiva, que só recentemente foi reconhecida como uma casta nobre.

Produz cachos compridos e medianamente compactos, com bagos de cor amarelada ou esverdeada. Os vinhos feitos a partir desta casta destacam-se pelos aromas florais, especialmente da flor de loureiro.

Loureiro normalmente resulta em vinhos com acidez equilibrada e bem proporcionada. Embora hoje seja comum encontrá-la em vinhos monovarietais, tradicionalmente é usada em lotes com castas como Trajadura, Arinto (Pedernã) e Alvarinho.

Aromas típicos: flor de laranjeira, maçã, pêssego, tília.


Síria (Roupeiro)

A casta Síria, conhecida no Alentejo como Roupeiro, é amplamente cultivada no interior de Portugal, estendendo-se numa faixa estreita de norte a sul, ao longo da fronteira espanhola.

A casta ria (Roupeiro) ocupa aproximadamente 3% da área vitícola nacional em Portugal. Esta casta é especialmente predominante no Alentejo, onde é uma das castas brancas mais plantadas, e nas terras altas e frescas das Beiras, particularmente na região de Pinhel.

Síria é uma casta produtiva, com cachos e bagos pequenos. No entanto, a casta tende a oxidar rapidamente, o que pode levar à perda da exuberância aromática inicial, exigindo que os vinhos sejam consumidos relativamente cedo.

As terras altas e frescas das Beiras, particularmente na zona de Pinhel, são mais favoráveis para a Síria, onde a casta atinge seu melhor potencial.

Aromas típicos: laranja, limão, pêssego, melão, loureiro


Alvarinho

Originária do noroeste peninsular, a casta Alvarinho é uma das variedades portuguesas mais admiradas, representando cerca de 2% da área vitícola nacional. O Alvarinho dá corpo a vinhos únicos e facilmente identificáveis, com personalidade e temperamento forte.

Esta casta vigorosa exige controle cuidadoso devido ao seu ímpeto vegetal, mas é pouco produtiva, com cachos pequenos e elevada proporção de grainhas. Historicamente, foi uma das primeiras castas portuguesas a ser engarrafada em estreme, sendo responsável pelo sucesso dos vinhos da sub-região de Monção e Melgaço.

Os vinhos de Alvarinho têm elevado potencial alcoólico, são perfumados e delicados. Além disso, possuem um enorme potencial de envelhecimento, podendo manter-se em perfeita saúde por pelo menos dez anos.

Aromas típicos: pêssego, limão, maracujá, lichia, casca de laranja, jasmim.


Crato Branco (Síria, Roupeiro)

A casta Crato Branco, também conhecida como Síria e Roupeiro, ocupa aproximadamente 2.3% da área vitícola nacional. Cultivada principalmente nas regiões interiores de Portugal, esta casta foi inicialmente predominante no Alentejo, mas as condições climáticas desfavoráveis levaram ao seu cultivo nas terras mais altas e frescas da Beira Interior e do Dão.

A casta é muito produtiva, com cachos e bagos pequenos. Embora seja resistente ao oídio e ao míldio, é sensível à podridão. Os vinhos produzidos com Crato Branco são delicados, frescos e elegantes, refletindo as características das regiões mais frescas onde é cultivada.

Aromas típicos: notas de maçã, citrinos, flores brancas.


Chardonnay

A casta Chardonnay, cuja origem remonta ao Médio Oriente, encontrou seu lar mais conhecido na França. Hoje, é uma das castas mais populares do mundo, e em Portugal não é diferente, estando amplamente presente em diversas regiões vitícolas.

Representa aproximadamente 2% da área vitícola nacional.

A Chardonnay é conhecida por sua versatilidade e adaptabilidade a diferentes terroirs, resultando em vinhos com uma ampla gama de estilos. Em Portugal, os vinhos de Chardonnay destacam-se pelos aromas predominantes de melão, frutos exóticos como papaia e manga, e notas de maçã.

A casta é frequentemente utilizada tanto na produção de vinhos tranquilos quanto de espumantes.

Aromas típicos: melão, papaia, manga, maçã.


Trajadura

A casta Trajadura ocupa aproximadamente 2% da área vitícola nacional em Portugal. Distingue-se das demais variedades do Vinho Verde por sua acidez moderada e maturações alcoólicas elevadas, características pouco comuns na região.

É uma variedade de ciclo muito longo, com abrolhamento precoce e maturação tardia. Seus cachos são compactos e de tamanho médio, com bagos verde-amarelados, proporcionando rendimentos muito elevados.

Devido ao seu elevado grau alcoólico e acidez moderada, esta casta é frequentemente utilizada em lotes, funcionando como uma ferramenta eficaz para amaciar os vinhos da região.

Lotes que combinam Trajadura com Alvarinho, Loureiro e Arinto têm ganho crescente popularidade, destacando-se pela harmonia e equilíbrio que proporcionam aos vinhos.

Aromas típicos: pêssego, alperce, maçã, pêra, flor de laranjeira


Gouveio

A casta Gouveio é prolífica na região do Douro, mas atualmente está disseminada por todo o território continental de Portugal. Durante muitos anos, foi erroneamente catalogada como Verdelho, o que gerou alguma confusão entre as duas nomenclaturas.

Representa cerca de 2% da área vitícola nacional.

É uma casta produtiva e relativamente precoce, com rendimentos medianamente generosos. Sensível ao oídio e às chuvas tardias, Gouveio apresenta cachos médios e compactos, com uvas pequenas de cor verde-amarelada.

Naturalmente rica em ácidos, a casta Gouveio proporciona vinhos frescos e vivos. A sua difusão para o sul do país, especialmente para o Alentejo, tem sido rápida e bem-sucedida.

Produz vinhos com acidez firme, boa graduação alcoólica e corpo estruturado. Gouveio tem bom potencial de envelhecimento em garrafa, mantendo sua frescura e complexidade ao longo do tempo.

Aromas típicos: pêssego, anis, limão.


Moscatel

A casta Moscatel, originária do Mediterrâneo oriental, foi introduzida em Portugal durante o período das invasões ibéricas pelo Império Romano.

Esta casta ocupa cerca de 2% da área vitícola nacional, sendo especialmente valorizada nas regiões de Setúbal e Douro.

Esta casta é conhecida por sua alta concentração de compostos aromáticos, o que facilita sua identificação em provas cegas. Contudo, se não for cuidadosamente manejada, pode resultar em vinhos de mesa com aromas excessivos e intensos.

A Moscatel é frequentemente descrita como uma casta feminina, com uma paleta aromática que inclui notas de passas de uva, limão, lichia, pêra e tília.

Nos vinhos generosos, como o famoso “Moscatel de Setúbal”, quando consegue preservar a acidez, proporciona vinhos memoráveis, com notas de casca de laranja, mel, especiarias, iodo, flor de laranjeira e acácia.

Aromas típicos: passas de uva, limão, pêra, líchia.


Antão Vaz

Antão Vaz é uma das variedades mais valorizadas do Alentejo, até há pouco tempo quase exclusiva da zona da Vidigueira. Representa cerca de 1.5% da área vitícola nacional.

É uma casta consensual, rústica, mas bem adaptada ao clima quente e soalheiro da grande planície alentejana. Consistente e produtiva, amadurece de forma previsível e homogênea.

Apresenta cachos volumosos e medianamente compactos, com bagos grandes e de película dura.

Por regra, dá origem a vinhos estruturados, firmes e encorpados. Os vinhos monovarietais de Antão Vaz anunciam aromas exuberantes, com notas de fruta tropical madura, casca de tangerina e sugestões minerais, sendo estruturados e densos no corpo.

Quando vindimada cedo, proporciona vinhos vibrantes no aroma, temperados por uma acidez firme. Se deixada na vinha por mais tempo, pode atingir um grau alcoólico elevado, tornando-a numa boa candidata ao estágio em madeira. Regularmente, é associada com as castas Roupeiro e Arinto, que lhe acrescentam uma acidez refrescante.

Aromas típicos: papaia, ananás, casca de tangerin


Verdelho

A casta Verdelho, fundamental na produção dos famosos vinhos generosos da Madeira, ganhou destaque no início do século passado ao ser reconhecida como casta nobre.

Em Portugal, o Verdelho representa cerca de 1,5% da área vitícola nacional, concentrando-se principalmente nas regiões insulares.

Em tempos passados, antes da filoxera devastar as vinhas, o Verdelho ocupava mais de dois terços da área de vinha na ilha da Madeira.

Esta casta prospera particularmente bem na costa norte da Madeira, em altitudes mais elevadas, onde as uvas desenvolvem uma acidez marcante e um teor de açúcar equilibrado, características que a tornam ideal para vinhos secos e generosos.

Além da Madeira, onde desempenha um papel crucial, o Verdelho também é cultivado com sucesso nos Açores e ganhou notoriedade na Austrália.

Os vinhos produzidos com esta casta são aromáticos e bem equilibrados, sendo que nos vinhos da Madeira, o Verdelho é frequentemente utilizado para criar vinhos meio secos. As videiras de Verdelho produzem cachos pequenos e compactos, com bagos verde-amarelados.

Aromas típicos: limão, papaia, manga.


Malvasia Fina

A casta Malvasia Fina está presente no interior norte de Portugal, especialmente nas regiões do Douro, Dão e Beira Interior, além de comparecer nas sub-regiões de Távora-Varosa e Lisboa.

Representa cerca de 1.5% da área vitícola nacional.

Esta casta é particularmente sensível ao oídio e moderadamente à podridão, míldio e desavinho, resultando em rendimentos extremamente variáveis e inconsistentes.

Os vinhos produzidos a partir de Malvasia Fina geralmente apresentam notas meladas, com toques de cera e noz-moscada, além de sensações fumadas, mesmo sem estágio em madeira. Tradicionalmente, os vinhos de Malvasia Fina são discretos, pouco intensos, razoavelmente frescos e medianamente complexos.

É uma casta frequentemente utilizada em lotes e, nas regiões mais frescas, quando vindimada cedo, serve como base para espumantes, especialmente nas regiões de Távora-Varosa e Lamego.

Aromas típicos: cera, noz-moscada, fumo.


Moscatel Graúdo

A casta Moscatel Graúdo é de vigor médio e alto rendimento, destacando-se pela sua polpa carnuda e bagos de coloração verde-amarelada. Com uma maturação tardia, esta casta é essencial na produção do famoso vinho licoroso “Moscatel de Setúbal”, conhecido por sua textura aveludada e complexidade aromática.

Apesar da sua importância, ocupa cerca de 1% da área vitícola nacional.

Os vinhos produzidos a partir de Moscatel Graúdo são reconhecidos pelos seus aromas ricos e diversificados, que incluem casca de laranja, frutos secos, caramelo, ervas aromáticas e especiarias.

Aromas típicos: casca de laranja, frutos secos, caramelo, ervas aromáticas, especiarias.


Bical (Borrado das Moscas)

Especialmente presente na região das Beiras, nas denominações da Bairrada e Dão, onde por vezes ainda é designada por “Borrado das Moscas”.

A casta Bical representa uma pequena fração da área vitícola nacional, estimada em cerca de 1%.

É uma casta muito precoce, de elevado potencial alcoólico, embora, por vezes, possa apresentar leve deficiência no equilíbrio da acidez.

Resistente à podridão, a Bical é, contudo, sensível ao oídio. Os vinhos resultantes são especialmente macios e aromáticos, frescos e bem estruturados. A casta Bical apresenta excelentes resultados quando estagiada em madeira, sobretudo quando em contacto prolongado com as borras. Na Bairrada, é muito utilizada na produção de espumantes, sendo frequentemente associada nos lotes com as castas Arinto e Cercial.

Aromas típicos: pêssego, alperce, manga, papaia.


Cortese

A casta Cortese é uma uva branca famosa pela sua notável acidez e excelente capacidade de manter o frescor, mesmo quando cultivada em regiões de climas quentes. Embora não seja uma casta amplamente cultivada em Portugal, ocupa uma pequena fração da área vitícola nacional. Originária do sudeste do Piemonte, na Itália, a Cortese tem sido cultivada na região há centenas de anos, com referências em documentos que datam do século XVII.

Os vinhos produzidos com Cortese possuem sabores nítidos e aromas frutados de maçã, pêssego e melão, acompanhados por notas herbáceas e gramíneas. Considerada uma das melhores variedades brancas do Piemonte, a Cortese é a precursora do vinho branco italiano.

Aromas típicos: maçã, pêssego, melão, notas herbáceas.


Encruzado

A casta Encruzado, atualmente restrita principalmente à região do Dão, é reconhecida como uma das castas brancas de maior qualidade na enologia portuguesa.

Representa cerca de 1% da área vitícola nacional.

É uma casta produtiva e versátil, ideal tanto para vinhos monovarietais quanto para compor lotes, especialmente no Dão.

Quando bem trabalhada, tanto na vinha quanto na adega, a Encruzado oferece aromas delicados de rosas e violetas, acompanhados por leves notas cítricas.

Uma de suas maiores virtudes é a capacidade única de manter um equilíbrio quase perfeito entre açúcar e acidez, resultando em vinhos sérios, estruturados, untuosos e com uma extraordinária capacidade de guarda.

Aromas típicos: rosas, violetas, resina, limão.


Sauvignon Blanc

Sauvignon Blanc é uma casta branca conhecida por seus aromas característicos, que são fáceis de reconhecer, e por seu estilo marcante, penetrante e extremamente seco. Originária da região de Bordeaux, na França, a Sauvignon Blanc ganhou popularidade global, sendo cultivada em várias partes do mundo.

Em Portugal, Sauvignon Blanc ocupa uma pequena fração da área vitícola nacional, cerca de 1%.

Os vinhos produzidos com Sauvignon Blanc são notáveis por sua acidez vibrante, com aromas predominantes de melão, maçãs verdes e espargos.

Esta casta é valorizada por sua capacidade de expressar de maneira distinta as características do terroir onde é cultivada, resultando em vinhos frescos, secos e refrescantes, que são especialmente apreciados como aperitivos ou acompanhamentos de pratos leves.

Aromas típicos: melão, maçã verde, espargos.


Rabigato

A casta Rabigato, originária do Douro, é amplamente cultivada no Douro Superior, onde se tornou uma das variedades mais promissoras da região. Anteriormente, foi equivocadamente associada à casta Rabo de Ovelha, embora não compartilhem semelhanças significativas, e também foi erroneamente identificada como Rabigato na região do Vinho Verde, sem relação direta.

Rabigato distingue-se por sua acidez vibrante e bem equilibrada, que contribui para a frescura e estrutura dos vinhos do Douro.

A casta Rabigato ocupa cerca de 1% da área vitícola nacional em Portugal. É uma casta valorizada especialmente na região do Douro, onde contribui para a produção de vinhos brancos de qualidade.

Os cachos são de tamanho médio, com bagos pequenos de cor verde-amarelada. Quando cultivada em localizações ideais, pode ser vinificada como uma casta única, resultando em vinhos com aromas delicados de acácia e flor de laranjeira, além de notas vegetais e uma marcante mineralidade.

A acidez pronunciada é uma característica chave, proporcionando uma sensação refrescante e rejuvenescedora nos vinhos brancos. Embora sua presença seja modesta em termos de área plantada em Portugal, Rabigato é altamente valorizada pela qualidade dos vinhos que produz.

Aromas típicos: acácia, flor de laranjeira


Viosinho

Originária de Trás-os-Montes, a casta Viosinho é uma variedade de uva branca que tem se mantido viva nas vinhas velhas do Douro, onde é frequentemente encontrada em misturas com outras castas. Recentemente, o Viosinho tem ganhado reconhecimento tanto na produção de vinhos tranquilos quanto na de vinhos do Porto.

A casta Viosinho ocupa cerca de 0,77% da área vitícola nacional em Portugal.

Apesar de ser uma casta pouco produtiva, com rendimentos baixos, o Viosinho é valorizado pelo excelente equilíbrio entre açúcar e acidez, resultando em vinhos estruturados, encorpados e com alto teor alcoólico. No entanto, devido à sua natureza pouco aromática, os vinhos feitos exclusivamente com Viosinho podem carecer de vigor e frescura, o que leva a casta a ser frequentemente utilizada em lotes com outras variedades que possam complementar sua acidez e intensificar seus aromas.

A casta contribui para a criação de vinhos estruturados e potentes, que, quando bem equilibrados, podem atingir grande complexidade.

Aromas típicos: floral.


Fonte Cal

A casta Fonte Cal é originária da Beira Interior, particularmente da zona de Pinhel, onde suas qualidades se manifestam de forma mais evidente.

A casta Fonte Cal ocupa aproximadamente 0,3% da área vitícola nacional em Portugal.

É uma casta medianamente produtiva, de maturação tardia e grande vigor vegetativo, com cachos médios e muito compactos, e bagos verde-amarelados. Fonte Cal proporciona vinhos com graduações alcoólicas elevadas.

Nos raros vinhos monovarietais produzidos a partir desta casta, predominam os aromas florais e frutados, resultando em vinhos estruturados e densos, mas que frequentemente carecem de acidez adequada.

Devido a essa limitação, a Fonte Cal é mais comumente utilizada em lotes, frequentemente acompanhada pela casta Arinto para equilibrar a acidez.

Aromas típicos: floral, frutado.


Viognier

A casta Viognier, de origem francesa e é conhecida por produzir vinhos de cor clara dourada. Os vinhos de Viognier são reconhecidos pela sua baixa acidez e elevado teor alcoólico.

Em algumas vinificações, Viognier é utilizada para amaciar e perfumar vinhos tintos, especialmente aqueles à base de Syrah, graças à sua capacidade de adicionar complexidade e suavidade. Devido à sua baixa acidez, a Viognier é frequentemente combinada em lotes com castas mais ácidas e menos aromáticas para equilibrar o perfil do vinho.

A casta Viognier ocupa aproximadamente 0,2% da área vitícola nacional em Portugal, sendo utilizada principalmente em vinícolas que valorizam sua complexidade aromática e capacidade de harmonização.

Aromas típicos: pêssego, alperce, violetas, mel, acácia, especiarias.


Sémillon

A casta Sémillon, frequentemente combinada com Sauvignon Blanc para equilibrar sua acidez, é uma das variedades brancas mais renomadas, especialmente conhecida pelos vinhos doces de Sauternes, na região de Bordéus. No entanto, a Sémillon já ultrapassou os limites de Bordéus, sendo cultivada em várias partes do mundo.

A casta Sémillon ocupa aproximadamente 0,1% da área vitícola nacional em Portugal.

Os vinhos de Sémillon são caracterizados por uma textura rica e aveludada, com aromas frutados que incluem pêssego, alperce, manga e nectarina. Quando bem cultivada e vinificada, a Sémillon pode produzir vinhos secos complexos e vinhos doces de grande longevidade, famosos pela sua profundidade e doçura equilibrada.

Aromas típicos: pêssego, alperce, manga, nectarina.


Müller-Thurgau

A casta Müller-Thurgau é o resultado de um cruzamento genético entre as castas Riesling e Madeleine Royale, realizado pelo Dr. Hermann Müller no cantão suíço de Thurgau, na segunda metade do século XIX.

A casta Müller-Thurgau ocupa cerca de 0,1% da área vitícola nacional em Portugal.

Esta casta foi desenvolvida para prosperar em climas frios e temperados, como os encontrados nas regiões dos vales alpinos, e rapidamente se tornou popular em várias partes da Europa Central.

Müller-Thurgau é conhecida por sua adaptabilidade e pela produção de vinhos leves, aromáticos e de acidez moderada.

Aromas típicos: maçã, pêssego, flores brancas.


Gewürztraminer

A Gewürztraminer é uma antiga casta, conhecida e apreciada pelos vinhos aromáticos que produz. Originária do centro e leste da Europa, onde é cultivada desde a Idade Média, esta casta tem progressivamente ganhado terreno em outras regiões desde o século XIX.

A casta Gewürztraminer ocupa aproximadamente 0,05% da área vitícola nacional em Portugal.

Esta casta é apreciada por sua capacidade de produzir uma variedade de estilos de vinhos, desde secos e perfumados até vinhos doces e complexos, especialmente quando as uvas são colhidas tardiamente ou afetadas pela “podridão nobre” (Botrytis cinerea).

A casta é famosa por seu bouquet pronunciado e riqueza aromática, com notas marcantes de líchias e rosas, frequentemente acompanhadas por especiarias. Os vinhos produzidos com Gewürztraminer são intensos e expressivos, destacando-se pela sua personalidade única.

Aromas típicos: líchias, rosas, especiarias.


Riesling

A casta Riesling, considerada a mais nobre das castas alemãs, destaca-se pela sua capacidade de prosperar em solos secos e rochosos. Apesar dessa resistência, a Riesling beneficia significativamente da exposição ao sol, o que faz com que o clima português lhe seja especialmente favorável.

Em Portugal, a Riesling ocupa cerca de 0,05% da área vitícola nacional, sendo cultivada de forma limitada, geralmente em regiões experimentais.

Riesling é conhecida por produzir vinhos elegantes, com um caráter rico e um perfil aromático distinto. Os vinhos apresentam notas predominantes de pêssego e maçã, especialmente nos exemplares mais jovens. A casta é também famosa por sua capacidade de envelhecimento, desenvolvendo complexidade e profundidade ao longo dos anos.

Aromas típicos: pêssego, maçã.


Roussanne

A casta Roussanne, originária da região vinícola do Rhône, em França, é valorizada pela sua contribuição a vinhos elegantes e complexos.

As bagas de Roussanne distinguem-se por sua cor acastanhada quando maduras, refletindo o nome da casta, derivado do termo francês “roux”, que significa acastanhado avermelhado. Em climas quentes, a casta produz vinhos ricos com sabores de mel e pera, enquanto em climas mais frescos, os vinhos tendem a ser mais florais, delicados e com acidez elevada.

A Roussanne é uma casta desafiadora de cultivar, vulnerável ao míldio, com baixa resistência à seca e ao vento, além de apresentar maturação tardia e irregular. Quando bem manejada, a Roussanne pode beneficiar de um uso controlado de carvalho e tem potencial para envelhecer e desenvolver-se na garrafa.

A casta Roussanne ocupa uma fração muito pequena da área vitícola nacional em Portugal, estimada em cerca de 0,02%. É uma casta rara no país, cultivada principalmente em vinícolas que experimentam com variedades menos comuns.

Aromas típicos: chá de ervas florais, mel, pera.


Giro Ros

Giro Ros é uma casta tinta que tem origens na ilha italiana da Sardenha. Tradicionalmente, é utilizada para a produção de vinhos tintos secos, mas também pode ser encontrada em versões doces e fortificadas, especialmente em vinhos do tipo “Giro di Cagliari”, que são conhecidos por sua doçura e complexidade.

A casta Giro Ros ocupa uma fração extremamente pequena da área vitícola nacional em Portugal, estimada em menos de 0,01%. É uma casta muito rara no país, cultivada apenas em áreas experimentais ou em pequenas vinícolas.

Os vinhos de Giro Ros tendem a ter uma cor rubi intensa e são conhecidos por seus aromas frutados e florais, com notas de frutas vermelhas, especiarias e, às vezes, toques de ervas mediterrâneas. A casta também é apreciada por sua capacidade de envelhecimento, especialmente quando vinificada em estilos mais estruturados.

A casta Giro Ros é um exemplo da diversidade e da riqueza vitivinícola da Sardenha, e embora seja pouco comum fora da Itália, tem um valor significativo na cultura vinícola local. Em Portugal, o cultivo dessa casta é praticamente inexistente, sendo mais uma curiosidade para enófilos e produtores de vinho que exploram variedades menos comuns.

Aromas típicos: cereja, framboesa, notas florais, especiarias, ervas mediterrâneas.