As exportações de vinho português para mercados fora da União Europeia registaram uma evolução mista no primeiro semestre de 2025, refletindo dinâmicas diferenciadas consoante os destinos. No total, foram exportados 824,7 mil hectolitros (hl), mais 1,7% do que no mesmo período de 2024.
Contudo, em termos de valor, verificou-se uma descida de -2,8%, para 197,2 milhões de euros, o que se traduziu numa redução do preço médio para 2,39 €/litro (-4,4%).
Principais Mercados
- Brasil manteve-se como o maior destino extra-UE, com 120,9 mil hl (-2,2%), mas o valor cresceu ligeiramente (+1,3%), impulsionado pela subida do preço médio para 3,01 €/l (+3,7%).
- Estados Unidos da América registaram uma quebra simultânea em volume (-1,1%) e em valor (-5,7%), com o preço médio a descer para 3,00 €/l (-4,7%).
- Reino Unido também apresentou uma contração em volume (-3,9%) e em valor (-3,1%), mantendo praticamente estável o preço médio em 2,84 €/l (+0,9%).
- Angola destacou-se pela forte recuperação: +17,2% em volume e +31,9% em valor, com preço médio de 1,24 €/l (+12,5%).
- Canadá cresceu 6,2% em volume e 1,9% em valor, mas com descida do preço médio (-4,0%), fixando-se em 3,53 €/l.
Mercados em Queda
- Federação Russa apresentou uma quebra significativa: volume (-9,1%) e valor (-42,4%), refletindo uma forte descida do preço médio para 2,09 €/l (-36,7%).
- Suíça (-6,8% volume) e Noruega (-3,2% volume) tiveram quedas ligeiras, mas com preços médios em alta (+5,7% e +6,9% respetivamente).
- Macau foi dos mercados mais penalizados: -19,1% em volume e -38,7% em valor, com recuo expressivo do preço médio (-24,2%).
- Suazilândia sofreu uma queda drástica de -72,1% em volume e -73,4% em valor.
Mercados em Crescimento
- Japão cresceu 7,2% em volume e 17,9% em valor, com preço médio a subir para 3,34 €/l (+10%).
- Ucrânia registou uma expansão expressiva: +26,4% em volume e +26,2% em valor, mantendo estável o preço médio.
- São Tomé e Príncipe (+33,7% volume; +27,1% valor) e Israel (+35,3% volume; +29% valor) revelaram-se mercados em forte expansão.
- México destacou-se com +62,1% em volume e +68,4% em valor, consolidando-se como destino emergente.
- Coreia do Sul aumentou o volume em 55,9%, embora com descida no preço médio (-36,7%).
Evolução das Exportações de Vinho com DO + Vinho com IG + Vinho (ex-mesa)
Mercados Extra UE (jan-jun 2025 vs 2024)
Extra UE | HL 2024 | HL 2025 | Peso 2024 | Peso 2025 | Δ 2025/2024 HL |
---|---|---|---|---|---|
MÉXICO | 1 561 | 2 532 | 0,2% | 0,3% | +62,1% |
COREIA DO SUL | 1 122 | 1 749 | 0,1% | 0,2% | +55,9% |
ISRAEL | 4 183 | 5 661 | 0,5% | 0,7% | +35,3% |
S. TOMÉ PRÍNCIPE | 14 768 | 19 743 | 1,8% | 2,4% | +33,7% |
UCRÂNIA | 10 918 | 13 796 | 1,3% | 1,7% | +26,4% |
BIELORRÚSSIA | 3 856 | 4 696 | 0,5% | 0,6% | +21,8% |
ANGOLA | 152 419 | 178 676 | 18,8% | 21,7% | +17,2% |
PAÍSES PT N/ DET. | 1 171 | 1 338 | 0,1% | 0,2% | +14,3% |
AUSTRÁLIA | 5 364 | 6 074 | 0,7% | 0,7% | +13,2% |
JAPÃO | 7 817 | 8 379 | 1,0% | 1,0% | +7,2% |
CANADÁ | 52 393 | 55 642 | 6,5% | 6,7% | +6,2% |
NORUEGA | 18 130 | 17 548 | 2,2% | 2,1% | -3,2% |
OUTROS DESTINOS | 26 509 | 25 613 | 3,3% | 3,1% | -3,4% |
REINO UNIDO | 81 773 | 78 565 | 10,1% | 9,5% | -3,9% |
BRASIL | 123 667 | 120 897 | 15,2% | 14,7% | -2,2% |
E.U. AMÉRICA | 103 223 | 102 107 | 12,7% | 12,4% | -1,1% |
CABO VERDE | 19 687 | 19 431 | 2,4% | 2,4% | -1,3% |
SUÍÇA | 39 950 | 37 237 | 4,9% | 4,5% | -6,8% |
GUINÉ BISSAU | 42 861 | 40 559 | 5,3% | 4,9% | -5,4% |
GANA | 1 780 | 1 627 | 0,2% | 0,2% | -8,6% |
FED. RUSSA | 64 706 | 58 831 | 8,0% | 7,1% | -9,1% |
MOÇAMBIQUE | 4 968 | 4 415 | 0,6% | 0,5% | -11,1% |
COLÔMBIA | 6 638 | 5 791 | 0,8% | 0,7% | -12,8% |
EMIRATOS ÁRABES | 1 507 | 1 263 | 0,2% | 0,2% | -16,2% |
MACAU | 6 247 | 5 054 | 0,8% | 0,6% | -19,1% |
URUGUAI | 315 | 228 | 0,0% | 0,0% | -27,7% |
CHINA | 8 780 | 5 919 | 1,1% | 0,7% | -32,6% |
SUAZILÂNDIA | 4 811 | 1 344 | 0,6% | 0,2% | -72,1% |
TOTAL: 824 715 hl (+1,7% face a 2024)
Fonte – www.ivv.gov.pt
O primeiro semestre de 2025 demonstra que as exportações de vinho português fora da União Europeia estão a crescer em volume, mas enfrentam pressão descendente no preço médio. Mercados tradicionais como Brasil, EUA e Reino Unido mostram estabilidade ou ligeira retração, enquanto países emergentes em África, Ásia e América Latina ganham relevância.
A valorização do vinho português nos mercados internacionais continua a depender de uma estratégia equilibrada entre consolidação dos destinos tradicionais e aposta em novos mercados.