Descubra tudo sobre um dos vinhos mais icônicos de Portugal: o Moscatel de Setúbal. Este tesouro da região da Península de Setúbal é reconhecido mundialmente pela sua singularidade, sendo verdadeiramente único no mundo dos vinhos. Afinal, como diz o ditado, “o bom filho à casa torna” — e o Moscatel tem regressado aos nossos copos com o mesmo esplendor de outrora.
História Moscatel de Setúbal
O cultivo da casta Moscatel de Setúbal na região é um mistério em termos de origem exata, mas há indícios de que Fênícios e Gregos desempenharam um papel crucial na sua disseminação.
Durante a Idade Média, este vinho ganhou fama internacional, sendo apreciado por reis e aristocratas. Ricardo II de Inglaterra era um consumidor frequente, e, mais tarde, o Rei Sol, Luís XIV de França, destacou o Moscatel como essencial nas suas luxuosas festas.
No período das Grandes Navegações, o Moscatel de Setúbal foi transportado em longas viagens marítimas, muitas vezes regressando após meses de maturidade em barricas expostas ao sol ou imersas em água.
Este processo deu origem aos afamados vinhos “Roda” ou “Torna Viagem”, altamente valorizados e dos quais o Moscatel de Setúbal é um embaixador emblemático. Como disse o enólogo francês Léon Douarche, este vinho é “O Sol em Garrafa”.
Características Moscatel de Setúbal
Os Moscatéis de Setúbal são conhecidos pela harmonia entre a doçura, o álcool e a frescura. Produzidos a partir das castas Moscatel de Setúbal e Moscatel Roxo, possuem tonalidades douradas e sabores que remetem a citrinos, compotas e frutas secas. Como diz o provérbio, “o que é bom, nunca é demais” — e este vinho generoso prova isso a cada gole. A sua qualidade é protegida pela designação D.O. Setúbal, que garante a origem e o método de produção.
Os Moscatéis têm classificações distintas:
Superior: Mínimo de cinco anos de envelhecimento e elevada classificação de qualidade.
Reserva: Envolve prova destacada de qualidade.
Datado: Feito exclusivamente com uvas de uma única colheita.
Não Datado: Mistura de lotes de diferentes anos.
O Processo de Produção
A produção do Moscatel de Setúbal inclui uma fermentação prolongada com as peles das uvas, enriquecendo os sabores. Quando atinge o nível de doçura desejado, é adicionada aguardente de uva, seguida de um período de maceração que dura, no mínimo, três meses.
Posteriormente, o vinho é envelhecido durante pelo menos 18 meses em barricas de madeira, ganhando complexidade com o tempo. Os aromas de marmelada, flores e uvas evoluem para notas de figo e noz em vinhos mais maturados. Como diz o ditado popular, “o melhor vem com o tempo”.
Moscatel no Douro
O Moscatel Galego Branco, predominante no Douro, destaca-se pela sua elegância e aromas florais. A região de Alijó e Favaios é especialmente famosa por produzir este estilo de vinho.
Com um teor alcoólico mínimo de 16,5º e envelhecimento em madeira, os Moscatéis do Douro oferecem sabores complexos, desde casca de laranja até frutos secos, dependendo do tempo de maturação. Aqui, aplica-se bem o provérbio: “bem sabe o que vem da terra”.
Um Tesouro Nacional
O Moscatel é muito mais do que um vinho; é uma experiência sensorial e histórica. Sejam as vinhas da Península de Setúbal ou as encostas do Douro, este vinho generoso reflete a riqueza e a tradição vitivinícola de Portugal. Para quem busca um sabor único e uma viagem pela história do vinho, o Moscatel é, sem dúvida, uma escolha obrigatória.
Como diz o ditado: “bom vinho, boa companhia”.