No sábado, dia 29 de julho, teve lugar na Figueira da Foz o quarto festival do vinho – Figueira Wine Fest, que atraiu muita atenção tanto dos residentes da cidade como dos turistas. Falámos com alguns produtores e falámos brevemente sobre os seus vinhos.
Vinhos Conceito
A Conceito Vinhos é uma empresa familiar localizada no Douro Superior. Fundada por Carla Costa e dirigida pela enóloga Rita Ferreira Marques, a Conceito Vinhos tem vindo a ganhar destaque pela qualidade e preservação dos seus vinhos, utilizando práticas sustentáveis e respeitando o terroir local.
- Vinhas de Mistura: A combinação de várias castas na mesma vinha, o que permite a criação de vinhos complexos e únicos.
- Fermentações Naturais: A empresa não utiliza fermentos comerciais, optando por fermentações com leveduras indígenas, proporcionando uma expressão mais pura do terroir.
- Fermentação Semi-carbónica: Uma técnica que contribui para a preservação dos aromas naturais da uva e uma textura suave nos vinhos.
“Tratam-se de vinhas do Douro Superior, a uma altitude média de 400 metros. Trabalhamos só com vinhas de mistura e de todas as castas do Douro.
Temos apenas uma monocasta, que é o Bastardo.
E, portanto, temos a gama Contraste, de entrada, o nosso topo de gama, que é o vinho Conceito, e temos depois a monocasta – o Legítimo, que são vinhos naturais, praticamente sem sulfuroso, e fermentados de uma forma natural. Nós não usamos fermentos comerciais nos vinhos.”
Quinta da Venda
A Quinta da Venda é um projeto dedicado aos vinhos verdes, localizada na região norte de Portugal, numa área interior.
A Quinta da Venda destaca-se por produzir vinhos frescos e leves, típicos da região dos vinhos verdes. Utilizando castas típicas da região, como Alvarinho, Loureiro e Arinto, a vinícola busca capturar a essência do terroir em cada garrafa.
A produção é cuidadosa para manter a autenticidade e qualidade dos vinhos, mesmo sem a necessidade de arrefecimento extremo para apreciar as suas nuances.
“Nós estamos numa zona do interior do norte do país. A Quinta da Venda era o sítio onde se registavam as vendas de terreno, daí o nome.
O tipo de vinho verde normalmente é mais fresco, mais leve. Nós não pomos gás nos nossos vinhos, eles nunca têm bolha, mas queremos que tenham muita frescura.
Neste aqui é o nosso vinho mais jovem. A ideia é sentir o Alvarinho, o Loureiro e o Arinto, três castas muito portuguesas e muito usadas na região, mas que sinta toda a acidez e a frescura.
Depois, cada vinho é uma personagem.
Este é o bisavô do António Camilo Leite, o atual proprietário, e, portanto, usámos uma imagem dele em que pode usar uma moeda e raspar para ver como seu efeito raspadinha.
Depois temos os nossos outros vinhos em que vamos ter a nossa pianista. É uma homenagem à avó materna do Camilo. Tocava piano.
Ela ficava com os filhos em casa e acabava por ensinar-lhes a tocar piano. Este rótulo tem uma particularidade que sei. Aqui. E todos os nossos rótulos têm um detalhe.
O avô, Camilo, era médico. Ele, na altura, quando era contra o regime, não podia ser médico no hospital. E andava com uma mula para visitar as pessoas. Entretanto, quando acabou o regime, ele pôde sair para o hospital e comprou um carro que ele chamava carripana. Isto eram os antigos livretos dos carros. E daí o nome carripana. É um nome muito português. É uma expressão portuguesa para um carro. Não é um carro velho, mas é o caso… uma carripana. É um carro.
Quinta da Venda. Esta grande reserva é o logotipo da família. É o brasão que está na grade. E é um vinho já do topo.
São duas alianças que representam o casamento dos pais do Camilo. Foram eles que uniram, em vez de deixar a Quinta ao abandono. Foram eles que uniram esforços para ficar com a Quinta e nós podemos agora produzir todo este vinho.
Portanto, acaba por ser toda a nossa história em vinho. Ou seja, a parte da família toda. Tentamos que haja aqui a qualidade a aproximar.
Mais do que da história.”
